terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Identificando e Combatendo a Depressão por Adriano de Azevedo


Boa tarde !!!

Hoje estou inaugurando o Espaço do Especialista - reservado para profissionais da saúde física e mental que tratarão de assuntos de interesse do universo feminino, em busca de equilíbrio e saúde. 

O meu primeiro convidado é o psicólogo Adriano de Azevedo que ficou incumbido de falar um pouco sobre como podemos identificar os sintomas da Depressão.
Particularmente eu gostei muito do artigo que ele escreveu, pois apresentou de forma clara alguns sintomas psicossomáticos da doença, bem como esclareceu como os profissionais envolvidos podem ajudar o paciente em seu tratamento.

Vale a pena conferir o artigo. Fica a dica. 
Um abraço. 
Magnólia Leal





IDENTIFICANDO E COMBATENDO A DEPRESSÃO
Por Adriano Rodrigues de Azevedo
Psicólogo Clínico Cognitivo.
CRP  07/21309

Transtorno Depressivo Maior ou Depressão é uma síndrome clínica comum de múltiplas causas. 
As origens de seu desencadeamento são diversas podendo ocorrer através de problemas psicológicos ou emocionais, alterações do funcionamento cerebral ou de alguma parte do cérebro, e até mesmo ser secundária a outras enfermidades clínicas.  
Sua principal característica é a alteração de humor, mas também pode apresentar alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas, sempre causando grande prejuízo ao individuo.
A depressão atinge cerca de 350 milhões de pessoas no mundo, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) e é prevalente nas mulheres devido à oscilação hormonal a que estão expostas principalmente no período fértil.

FIQUE ATENTO AOS SEGUINTES SINTOMAS

São sintomas típicos da depressão:

- perda ou ganho de peso de forma não intencional ou alteração no apetite.
- sono desregulado (insônia ou sonolência excessiva, praticamente todos os dias).
- problemas psicomotores (agitação ou retardo físico).
- fadiga ou perda de energia constante.
- sentimentos de falta de valor ou culpa excessiva.
- dificuldade de concentração ou tomada de decisões.
- pensamentos suicidas (idéias recorrentes de suicídio ou morte).
- pensamentos de autodestruição.
- baixa autoestima.
- alteração da libido.

Diagnóstico

Além do humor deprimido, ocorre a perda de interesse ou prazer para realizar a maioria de suas atividades no mínimo por duas semanas. Devem ser detectados no mínimo mais de quatro dos sintomas acima descritos.

Os critérios mais utilizados para o diagnóstico e classificação dos estados depressivos constam no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em sua quinta edição (DSM V) e a Classificação Internacional de Doenças, décima edição (CID-10).

Tratamento 

Principalmente nesta etapa ressaltamos a importância do trabalho em conjunto dos profissionais da Psicologia e Psiquiatria visando o bem estar e recuperação do paciente. O estado depressivo pode ser classificado em diferentes graus: leve, moderado e grave. 
Conforme tal classificação o tratamento pode ocorrer inicialmente apenas com psicoterapia, mudanças no hábito de vida e atividades físicas que aumentam a produção de endorfinas. Nos casos 
considerados moderados e principalmente graves, o tratamento com base na psicoterapia e na farmacoterapia de forma intercalada é essencial para a recuperação e controle do individuo.

Terapia Cognitiva ( TC )

Embora outras correntes teóricas também sejam eficientes no tratamento psicoterápico da depressão, estudos e pesquisas apontam que, devido a sua metodologia diferenciada, a TC é a abordagem teórica mais eficaz no tratamento da Depressão, além de Transtornos Ansiosos e Distúrbios Alimentares.

O depressivo possui uma linha de raciocínio direcionada para a catastrofização e melancolia, uma visão pessimista e hostil do mundo e um forte sentimento de inferioridade.

A TC objetiva identificar pensamentos automáticos, esquemas e crenças do individuo para com 
isso, promover sua re-estruturação cognitiva. Assim o paciente restabelece sua autonomia e equilíbrio emocional, sendo capaz de enfrentar as adversidades e dificuldades da vida.

As técnicas terapêuticas visam identificar, testar a realidade e corrigir as avaliações distorcidas e 
as crenças e esquemas disfuncionais que fundamentam essas cognições. Assim, o paciente desenvolve formas mais realistas de encarar dificuldades, privações e perdas. 
Nesse processo, terapeuta e paciente, possuem um papel ativo abordando suas dificuldades presentes por meio de desenvolvimento de habilidades para:

- Monitorar e reconhecer seus pensamentos automáticos negativos e entender a relação entre essas cognições, afetos e comportamento;
- Enfrentar os problemas como obstáculos a serem vencidos e reconhecer quais crenças disfuncionais o predispõe a dificultar seu objetivo;
- Identificar problemas, definir metas, criar e testar estratégias alternativas de resolução.

A eficácia da TC perante a depressão mostra-se essencial devido ao sucesso limitado do uso exclusivo de antidepressivos. Índices gerais de recaída e suicídio não diminuem com o crescente 
emprego de antidepressivos. Além disso, o depressivo tende a atribuir sua melhora apenas ao medicamento e com isso reforça seu pensamento de incapacidade.

Estudos comprovam que as intervenções cognitivas provêem ganhos permanentes, que persistem mesmo após o encerramento das sessões. Pacientes tratados com TC, medicamentos ou um misto de ambos possuem recaídas menores do que aqueles em tratamento sem TC.








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