sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Para o meu querido pai...

Boa noite pessoal, 

Para a maioria das pessoas foi uma surpresa o surgimento do meu blog porque elas sequer sabiam que eu tinha o hábito de escrever. Quando eu era criança e me perguntavam o que eu queria ser quando crescer, lembro de ter desejado primeiramente ser uma escritora, mas depois eu fui mudando de ideia, e acabei deixando-a latente. 

Depois de alguns anos, enquanto eu ainda era uma adolescente, encontrei na escrita uma forma de conversar comigo mesma. Era somente eu e os meus pensamentos, àqueles que eu não queria dividir com  mais ninguém. Lembro de ter a mania de escrever e esconder os papéis e cadernos que continham os meus pensamentos.  

Porém, eu escondia tão bem, que eu só os encontrava anos depois. Foi por isso que todas às vezes que achei alguns dos meus escritos, pude analisar os meus sentimentos, as minhas reações e as minhas angústias da época e do momento vivido. 

E continuo fazendo a mesma coisa...

Por isso decidi que hoje vou dividir com vocês uma carta bem pessoal, que escrevi em 2012, alguns dias após o falecimento do meu pai, que realmente eu não lembrava de ter escrito, quando a encontrei há aproximadamente 1 mês atrás, no arquivo de um computador de pouco uso. 

Vou fazer isso porque de alguma maneira eu quero homenageá-lo, pois dia 21/12/2014, no próximo domingo completarão 2 anos de muita saudade.



Complexo seria apenas para àqueles que vivem na limitação do ser e da existência humana.  Mas, àqueles que transcendem a alma e a eternidade do espírito, deparam-se com o infinito de sentimentos e emoções, que mesmo na brevidade dos seus lamentos ou na eternidade da sua ausência possibilitam que lapsos de conforto fortaleçam as suas almas.

Impossível seria não admitir que esse dia chegaria. Por mais temido e assombrado que fosse, nunca fora imaginado de fato.  E se imaginado fosse, não seria nem perto nem longe o que se passa aqui hoje. 

As palavras não caberiam se soltas fossem, porque para nós sempre foi o olhar, a aprovação ou desaprovação, o medo ou a incerteza, mas acima de tudo, foi nosso amor no coração que sempre perpetuou.

Já nem sei mais por onde e quando caminhar, apenas sei que devo seguir, sorrir e chorar. Pois aqui continuamos por bem ou mal; sejamos honestos em admitir.  

Além da chuva, nada será o mesmo sem ti. A chuva será igual, pois tu eras mais feliz enquanto ouvia os sons da natureza aliviada.

Assim, não poderia ter sido diferente, apenas te acalmaste quando ela correu, de maneira a tranquilizar teus dias e tua alma.

Se me perguntassem hoje no que me transformei, logo responderia: "Sou um oceano límpido e profundo, cheia de mistérios e cheia de descobertas, fui desvendada, mas não fui completamente explorada, tenho a magia da lua cheia encostada na minha escuridão,  trago tormentas em meio a calmaria, trago o sol do meio dia, e afastarei de mim os sonhos em noite de verão, assim como bem dizias.
Mais tempo nos restaria? Porém, um dia acabaria. Quero que o tempo seja generoso comigo, pois agora só me importa manter na memória e no coração todos os nossos dias de emoção.   

Não existem distâncias para os nossos pensamentos. Não existem dimensões nem planos que nos separem, porque é impossível separar o que é único. Corpos divisíveis com almas conjuntas, é isso que somos pra sempre. 

Amor maior, da filha Magnólia. 

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